quinta-feira, janeiro 20, 2011

Que não aconteça ...

"Erros de Palmatória"
Há poucos dias num simples encontro, onde debatia-se a campanha eleitoral que decorre, recordo-me de referir o que entendo ser alguns erros de palmatória, cometidos pela esquerda em relação à candidatura de Cavaco Silva.
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Considerei e considero um tremendo disparate, terem aguardado pelo periodo eleitoral para denunciarem de entre outros, o caso das acções SLN/BPN, a compra da casa de férias e a ficha abonatória da PIDE. Isto, por entender que o periodo eleitoral, a campanha e a envolvência que gera em tão pouco tempo, retira reflexão em favor de paixões ao estilo clubista, levando grande parte dos eleitores à repulsa de tudo o que afecte o objectivo que já definiu, no caso, o candidato que antecipadamente decidiu ir apoiar. Fácilmente todos aqueles casos que legitimamente e até por interesse nacional têm que ter resposta, acabaram caracterizados como insultos e maldicência.
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Desde há muito e até por hábito, que se sabia que quem ocupa a Presidência acaba sempre por tornar-se no candidato expectável, que na actual situação do país, suscita a tornar-se a "opção mais ajuizada" - logo questões tão importantes, que têm de ser esclarecidas, não terem sido levantadas atempadamente, permitiu que o natural avanço daquele candidato, a sua "impoluta imagem" acabasse protegida.
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Foi exactamente por isto, que na campanha que está a terminar, Cavaco Silva nunca foi confrontado com detalhe sobre o mandato que exerceu. Quando de facto o pouco que fez além de discursos da "trêta das meias tintas", se caracterizou pelo silêncio e pelo disparate no plano interno, até aprovando leis que de seguida desdenhava, observando-se também a uma completa nulidade na sua intervenção externa. Nada disto, com referências e conteúdos precisos surgiu na campanha eleitoral.
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Não me admira assim que Cavaco possa vencer à 1ª volta, pois a tais erros de palmatória junta-se a pulverização à esquerda, em que as contradições sustentadas em obcessões ideológicas, não deixam grande espaço à racionalidade.
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Se tal acontecer, no meu ponto de vista de classe, é mau para os trabalhadores, para a Democracia, é mau para um país com oito séculos.
Portugal merece melhor.

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