segunda-feira, janeiro 31, 2011

Olhar além do umbigo...

Apesar do inicial ressabiamento presidencial, traduzido no discurso proferido no pacóvio cenário montado no CCB no dia das eleições - não acredito na hipótese de grandes alterações promovidas pela presidência da república com incidência no actual quadro político. Mesmo que no decorrer da próxima avaliação da execução orçamental, existam das razões que afirmam por aí bastantes para que tal aconteça, não acredito que tal suceda por iniciativa presidencial e até de qualquer outra de âmbito interno.
A bronca, sem dúvida almejada por todos aqueles que já não conseguem disfarçar o desejo confesso pela intervenção do FMI, só acontecerá por decisão externa, nomeadamente daquilo que a Alemanha e França venham a decidir no âmbito da UE.
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Deste modo, a actual situação para quem se posiciona politica e ideológicamente, numa postura de classe condicente com os tradicionais pagadores de crises, os trabalhadores e os pequenos e médios empresários de todos os sectores, que em nenhuma circunstãncia é tentado pela ideia "quanto pior, melhor", tem redobradas dificuldades em construir uma alternativa politica que se sustente numa estratégia económica e financeira passível de se tornar numa forte mensagem acolhida e amplamente concensualizada - com tradução nas urnas.
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É que tendo como bitola os parãmetros civilizacionais contidos na Constituição da República, só a esquerda os poderá defender, logo sendo da responsabilidade de todos os que integram este espaço a construção de uma alternativa, mas que à partida têm pela frente a maior das dificuldades - o PS e a politica governamental que se conhece. Não vai assim "ser pêra doce",encontrar alternativas ás tentações da direita de subverter a democracia aos parãmetros que o Império Agiota pretende.
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A maior responsabilidade está assim nas mãos dos militantes do Partido Socialista, cuja participação e opções serão determinantes no Congresso que vão realizar. Aos outros, basta-me apelar a que libertem o olhar além do umbigo.

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