Depois de considerar o Orçamento de Estado Proposto como "uma bomba ao retardador que vai ter consequências imprevisíveis no plano social, tal a brutalidade das medidas que contém" - afirma de seguida que a culpa não é de Sócrates, recordando que o próprio "com sinceridade disse que algumas medidas até cortam o coração", proseguindo no sentido de desfazer, desvalorizar mesmo o crescente e legítimo protesto social, considerando "que os protestos são simpáticos para os injustiçados, mas não passam disso."
Ora, porque também sou um dos injustiçados, considero pela desfaçatez, hipocrisia, frieza e desdém que tais frases encerram, que o Srº Mário Soares também enfiou na sua gavêta das traições, o Direito à Indignação.
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Na actual conjuntura, o apelo à moderação e à concertação, não é mais do que procurar construir consensos assentes no conformismo, no medo, na apatia e na indolência. É a paz pôdre, que só serve aos poderosos e quejandos, aos que se lambuzam sempre, quer haja ou não crise.
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