domingo, abril 11, 2010

Ora aqui está!...

Fui convidado e estive lá, até tive direito a intervir, mas melhor do que isto foi ouvir da boca daqueles eleitos sem tacho no espaço autárquico, que já acabaram as designações de munícipe e freguês.
Agora quase por todo o lado, neste país de tradição municipalista, o cidadão é apenas utente ou cliente .
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Percebi a prevalência liberal no modelo de gestão, que em ziguezaque se tem generalizado nas autarquias - onde até a água é cada vez mais uma mercadoria - quando eu , tu, ele e ela, nós todos podemos passar sem cerveja, sem tabaco, sem tinto, sem bagaço e até sem colchão, mas sem água?...
Porque já referi a água, nem sequer vou referir-me a temas como o saneamento, o ordenamento, o urbanismo, os PDMs e as finanças locais, de entre o vasto e acrescido universo de atribuições autárquicas.
Percebi que não é necessário ser um expert para entender que a bagunça está generalizada.
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Foi neste estádio pensante que intervi, (- aquilo lá no BE é mesmo democrático.) lembrando-me de uma intervenção do falecido Luís Sá em Palmela num encontro de autarcas da CDU, há mais de dez anos, "...a manterem-se os estilos de trabalho que já se verificam, iremos ficando cada vez mais iguais aos outros", referindo-me à vigilância revolucionária que cada um deverá exercer a partir de si próprio, como condição essencial para garantir a diferença no exercício de poderes enquanto eleito.
Claro está, que disse mais coisas, até a suscitar aplausos - é que com ou sem tacho, um dia destes vou mesmo ser eleito.

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