em referendo decidiram impedir a construção de mais minaretes, isto quando a maioria nem sequer sabia do que se tratava, pois na Suiça existem apenas quatro o que permite concluir que sem a campanha muito poucos tinham sequer olhado para cima. O certo é que a parvoeira imperou desdenhando da respectiva Constituição, instituindo uma regra atentatória das liberdades religiosas. É caso para lembrar, que nem Sadam se lembrou de coisa parecida em relação aos Católicos.
Com isto a Europa está a somar excelentes exemplos de tolerância - em França elegeram o véu como factor determinante de exclusão social, esquecendo que há dezenas de anos e já em terceira ou quarta geração, existem muçulmanos franceses ainda não integrados por motivos concretos e desde há muito identificados. A ligeireza politica como estes assuntos têm sido tratados demonstram a prevalência de preconceitos ainda oriundos da Idade Média.
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Agora, só falta Zapatero se lembrar de fazer um referendo em Espanha do tipo sim ou não ao uso da Boina Basca.
12 comentários:
Só um pormenor meu amigo:
A Suíça não pertence à Europa nem quer pertencer! Geograficamente pertence, mas eles são especiais e têm uma maneira diferente de pensar.
Já era esperado, especialmente da zona Alemã, essencialmente protestante. Para nós é chocante, mas para os Suíços, que são rigorosos em tudo e com todos, já se esperava pouca abertura. Na Suíça, o país é primeiro deles. Os outros, os imigrantes, são seres de segunda ou de terceira.
É a lei deles! Não concordo, mas que as coisas por lá funcionam, lá isso é verdade!
A miscelânia que se por cá usa é que não presta!
Nada tenho contra os helvéticos, pçor vezes admiro a sua posição política ou social.
Quanto ao uso e abuso das religiões sobre aquilo que não é deles, isso é outra coisa.
Escrevi o post, exactamente porque é outra coisa.
Por outro lado os hábitos suiços são o resultado de serem de um país que o capitalismo necessita para escuar as suas indecências. A sua nacionalidade não resulta de esforço e percurso colectivo, foi assim determinada por outros, daí os seus códigos de vida, organização social e politica, tudo funciona, é verdade que sim, desejo até que se aguente quando a malandragem do capital dele desistirem.
Fui eu que escrevi este comentário.
Não há dúvidas que estamos a ser muito POUCO TOLERANTES com a opção do povo SUIÇO.
Terá o Estado e o Povo Suiço de valer-se dos mesmos principios e valores que o Povo Português?
É que a ser assim, não há dúvidas que não terá futuro algum.
A comparação que fez é oportuna, de facto desde há muito e nomeadamente na actual conjuntura, não somos bom exemplo.
Mas é bom não esquecer que a sobranceria quando adoptada colectivamente, é um valor negativo que já ditou muitos males ao mundo.
Não sei quem escreveu a ideia de que a Suíça não construiu nada, não teve de lutar pela sua nacionalidade nem tem percurso colectivo. Não se podem dizer coisas assim à toa, sem se ler e saber a história Suíça.
Pois pelo contrário, os Suíços uniram-se desde 1291 para formar uma Confederação, a Confederação Helvética (por isso as placas das matrículas serem CH e também da internet). Foram 3 cantões que se juntaram, para combater os exércitos Habsburgos, que queriam dominar todo o território envolvente. Aliaram-se também aos Lombardos, estabelecendo uma ligação terestre (entre o sul da Alemanha e o norte de Itália).
Os três cantões foram o de Schwyz (que deu o nome ao país e a bandeira), o cantão de Uri e o de Unterwalden. Estes cantões ficam no centro do país, perto de Lucerna. Os exércitos Suíços sempre foram muito fortes a defender o seu território, desde os tempos de Carlos Magno, os Vândalos, os Bárbaros e os Borgonheses (de Carlos, e o seu exército Temerário). Só em 1515 foram derrotados pelos Franceses, quando tentaram tomar a Lombardia, num ímpeto de expansão territorial. Desde essa altura, os Suíços não mais tentaram alargar o seu território, estabelecendo pactos com os povos Italianos, Habsburgos (ou Austríacos), os Germanos e os Franceses.
Portanto, discordo absolutamente dessa afirmação. A história Suíça é feita de muitas batalhas, de vitórias e derrotas, de conflitos, mas sempre conseguiram com o diálogo, com algum racionalismo (próprio dos povos germanófilos) gerir o país e os conflitos com os outros. Um exemplo, para provar que eles são um bom exército: desde há 500 anos que eles são a guarda oficial do Vaticano (e dos papas). E desde 1291 que existem como confederação de regiões, os chamados cantões, com uma diversidade incrível de gentes, de línguas, de religiões, de maneiras de pensar. E, incrivelmente, conseguem gerir isto tudo! Não creio que o malfadado capitalismo seja a base de todo o pensamento Suíço. Isso é seguramente importante para eles, mas o serviço de saúde deles, as pensões, o sistema de transporte, o sistema eleitoral, com o parlamento federal, os parlamentos cantonais (que decidem tudo em cada cantão, permitindo aos habitantes ter uma visibilidade das políticas locais muito maior - uma verdadeira regionalização bem estruturada, que faria bem aparecer em Portugal), o turismo, a ecologia, os referendos constantes.
Mas a base é sempre o cantão. A política mais importante situa-se ao nível do governo cantonal. Cada um tem as suas leis, as suas taxas, as suas diferenças. Por exemplo: O cantão de Valais (região francófona, com a vinha e o turismo de inverno como principais actividades, mas também a indústria química). Já em Graubunden (parte alemã, faz fronteira com a Áustria e o Liechtenstein), a agricultura, o turismo de natureza são os principais, pois é mais rural, menos habitado, mais paisagens bonitas ( O parque Nacional Suíço encontra-se lá).
(2a parte: continuação)
Uma coisa posso dizer: já estive na Suíça algumas vezes e conto lá voltar sempre! A maneira de ser das pessoas, a sua educação e cidadania são um exemplo para nós.
Neste verão, andei pelo país, de comboio e bicicleta. Um dia, já ao fim da tarde, fiquei no fim da linha de comboio. tinha de ir para outro local, apanhar outra linha de comboio. Era o último do dia! Pois mesmo sem saber falar alemão e apenas por gestos, disse que queria ir para a tal localidade e o senhor, por gestos, disse-me que ia lá levar-me. Uns 20 quilómetros, sem podermos falar quase nada. Ele só sabia falar alemão. Eu, tudo menos alemão. Mas entendemo-nos pela gestualidade, pelos olhares, pelos silêncios também. Apanhei o tal comboio e agradeci imenso ao senhor, que provavelmente nunca mais o verei!
Dizer que são racistas? Não senti nada disso e este é o melhor exemplo. Nunca devemos generalizar. Claro que deve haver pessoas mais fechadas, racistas, mas no geral, encontrei pessoas pacíficas, com um sorriso e um Hello! ou Bonjour!ou Ciao! na cara.
se quiserem saber mais, podem consultar um site que tem tudo sobre a Suíça: www.swissinfo.ch
Obrigado por me deixarem escrever aqui longamente sobre este país.
obrigado nós, por ter tanta sapiência sobre a Suiça e dar-se ao trabalho da explicar, isso da luta contra os Hasdburgos é importante, a sua independência também, inspirou-me, e eu que nunca fui à Suiça e só a conhecia por causa da Heidi, embora tendo lá familiares que sempre me convidaram a lá ir e eu sempre recusei, fiquei muito bem impressionado com tudo o que disse.
Mas diga lá se é verdade que a partir de certa hora, não se pode descarregar o autoclismo, para não incomodar os vizinhos do prédio ?
E como é que se anda DE BICICLETA NAQUELE PAÍS ?
Aquilo não é só montanhas ?
E o Ouro que os Nazis lá puseram dos dentes e de tudo o que roubaram aos judeus, também será verdade ?
Se quiser responder a estas perguntas convence-me a fazer um post sobre a Suiça !
AV2
Conheço a Suiça, não sei se o bastante - mas sei que em 1291 colheram boas, grandes e inteligentes ajudas...
Cerca de cento e poucos anos antes, D.AFONSO HENRIQUES endividou-se com o Papa, aliás o Papa queria esmifrar os fundadores de Portugal.
Os Suiços para o entusiasta que escreveu, são como os frequentadores da Suiça de há trinta anos no Rossio.
Séculos de boa vida. Os piores trabalhos foram sempre os de fora que os fizeram.
Enfim, sempre abençoados pelos PAPAS...
Quanto aos autoclismos e outros dejectos, pode-se fazer sempre que quisermos. Agora as sanitas na Suíça já são silenciosas, por isso o meu amigo AV2 está à vontade! Solte tudo o que quiser! Apesar das montanhas, o país está cheio de ciclovias, de vias pedestres, vias para patins em linha, vias para tudo e mais alguma coisa! Se lhe faz confusão as pessoas andarem de bicicleta, vá à Suíça e aproveite para ver e aprender outros modos de vida. Quanto ficamos orgulhosamente sós no nosso cantinho, pouco mais sabemos que as nossas vistas estreitas. (atenção, não estou a falar de si, que não conheço, mas da mentalidade pequena da maioria dos portugueses. Digo pequena porque conhecem pouco, estudam pouco e mandam umas larachas ao vento e ficam contentes com a sua pequenez intelectual). O meu interesse pela Suíça deve-se ao facto de ter lá familiares a viver e felizmente, poder ir lá de vez em quando. Claro que ao ter ido lá, visitei muitas coisas, tentei informar-me, li a história do país, vi museus, vi montanhas, vi bicicletas e autoclismos!
É verdade sim, o ouro dos Nazis!
É verdade. Não sou eu que tenho que responder pelos erros e atitudes erradas dos governantes Suíços. Da mesma forma, não tenho que responder pelas coisas boas que façam. Isso é lá com eles! Mas posso registar as coisas que considero boas, que são exemplos para nós, em que deveríamos seguir. Não só na Suíça, mas noutros países. Tal como devemos assinalar o que de bom tem Portugal.
Todos os povos têm erros históricos, basta olhar para o nosso no tempo dos descobrimentos (fomos racistas, chacinámos gente, fizemos tropelias, ao contrário do que muitos compêndios de história nos querem fazer crer) e na guerra em áfrica e Índia.
Sim, eles ficaram com o ouro dos judeus, eles enriqueceram à custa de outros, eles sempre (?) tiveram a bêncão dos papas. Sorte a deles, ou esperteza deles? Por isso são conhecidos por ser um povo neutral e que se mexe bem entre vários interesses! Será mau? Nalgumas coisas sim! Mas noutras, como a capacidade diplomática, de diálogo, de visão de futuro, são boas. Além do rigor e da pontualidade suíças, que só nos faziam bem e são exemplos para nós aprendermos!
Não sei se concorda comigo, mas o que falta a Portugal é rigor e uma cultura de qualidade no que fazemos. Fazemos tudo pelo desenrascanço, pela simplicidade.
Não sou eu que digo isto, embora concorde. Basta ler alguns filósofos como José Gil,Eduardo Lourenço e Agostinho da Silva ("O Labirinto da Saudade" e "Portugal Hoje- O medo de Existir"). Filósofos que falam sobre as características do português actual. É muito interessante ler, pois isso dá-nos uma visão mais crítica do nosso pensar e ser.
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