sábado, junho 27, 2009

Manuel Borges e a sua relação com a Europa...

A propósito do seu artigo no Jornal O RIO, lembrei-me dos muitos portugueses que desde a antiguidade se aventuraram pela Europa fazendo nascer a tal relação a que o Manel se referiu.

As raízes são até anteriores em séculos à epopeia dos descobrimentos. Começou com a Princesa Berengária, uma dos onze filhos e filhas de D. Sancho I, que com dezoito anos partiu para a Dinamarca, ficando por lá casada com o Rei Valdemar II. Também o seu irmão Fernando viajou, foi até Paris e no palácio de Filipe Augusto deslumbrou a bela e disputada herdeira Joana, condessa de Flandres e do Hainaut - do namoro ao casamento foi um instante, a boda foi apadrinhada pelo Rei, eram felizes até que um dia por desavenças com poderosos acabou preso, esteve nas masmorras 12 anos, nem os pedidos de Joana ao Papa lhe valeram, mas após a libertação refizeram o casamento, protagonizando assim uma história possante e sofrida que nem "Romeu e Julieta". E lá está para que os europeistas d'agora leiam, o que Joana mandou gravar na lápide do tumulo do seu marido:

-Portugal teve os antepassados de Fernando, a Flandres teve a sua alma e o seu corpo.

Mas são muitos mais os portugueses que se notabilizaram por essa Europa fora: Lopo Homem, Pedro Reinel, Damião de Gois, Avelar Brotero, Catarina de Bragança que até instaurou o eterno "chá das cinco" e com isto esquecia-me de Pedro Julião, que foi eleito Papa em 1276 com o nome de João XXI - cadeira que só ocupou durante oito meses, um tecto mal abençoado acertou-lhe na cabeça.
Todos europeistas dum tempo em que nem sequer tinham nascido os bisavós, cujo sexo transportava os mentores dos recentes Tratados.

O texto do Manel entusiasmou-me de tal forma, que até deixa de ter importância termos andado 500 anos por áfricas ásias e américas, que hoje para atravessar fronteiras temos de ter passaport e visto, e aos de lá é o mesmo acrescido de policia atrás (SEF), nada disto tem importância.

O entusiasmo é tanto, que não tenho qualquer dúvida em desejar que se muralhe as fronteiras do novo Estado Europeu - garantindo assim o nosso espaço de liberdade, a nossa revolução pacifica e o beneficio de termos apenas duas moedas, o euro e a libra, adoptando o Inglês como lingua unica.
Porque a isto se chama progresso
- os outros que se lixem!...



4 comentários:

Anónimo disse...

Broncas, que esperto és, e nós a julgar que eras apenas um sindicalista pintor de murais convencido. Afinal sabes de história antiga e da moderna, a da construção europeia. Oh lá lá.

Anónimo disse...

Tem graça o que escreveste, mas lá por não gostares de Papas podias ter tratado melhor do homem.

Anónimo disse...

Não deixa de ser curioso...Ainda a pobre da joana e do fernando andavam para do Samouco já outros iberos da peninsula Ibérica cavalgavam com outrs celas por todo o mundo conhecido e não era só o europeiismo que estava em causa.

A reunificação dos espaços geográficos, muito antes dos papas, incluindo o português, era e é natural nos seres humanos.

E não foram só portugueses, foram outros fulanos originários do que quer que fosse terra à procura do verde.

Aos europeistas de agora, aos cidadãos do mundo de hoje, devem ter em atenção a geneosidade humana.

Sem efeitos colaterais!!!

Do Catraio um abraço

Anónimo disse...

Há coisas que se perdem para sempre, como aquela gostosa sensação de transgressão no cambio do escudo pela peseta para comprar caramelos em Badajoz.

Ainda vamos a tempo de desistir da Comunidade Europeia? É que tenho saudades de caramelos fora-da-lei.