domingo, janeiro 04, 2009

Porque estamos em Ano Eleitoral

irão reaparecer os defensores da "estabilidade politica"a defender soluções institucionais que garantam o que denominam por maiorias estáveis, ou sejam maiorias absolutas. Irá mais uma vez aparecer o desejo de alterações à Lei Eleitoral, que em todos os projectos até hoje propostos objectivam a redução da representatividade proporcional. Para em nome de uma suposta eficácia governativa, fortalecerem ainda mais a bipolarização já existente, configurada na Ditadura da Alternância (PS/PSD) que tem desgovernado e hipotecado o País nos últimos 30 anos.
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O casamento dos poderosos do Capital e das Finanças com os políticos da Ditadura da Alternância, a conhecida promiscuidade, mesmo com a actual Lei Eleitoral, permitiu ao longo dos anos moldar todo o sistema económico e financeiro aos exclusivos interesses de uma exígua classe dominante.
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Portugal e os portugueses é que pouco e ás vezes nunca contaram. Em 30 anos o país diminuiu a sua actividade industrial, agricola e pesqueira, destruiram-se saberes. Ficámos mais pobres, muitos mais cedo e mal reformados. Ficámos apenas com melhor estradas. Os sucessivos governos deixaram a divida pública atingir mais de 65% do PIB, uma divida externa que cresce exponencialmente num quadro em que quase 80% do que se consome é importado.
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Quase todos os ministros em 30 anos são beatos do Deus Mercado, quase todos são simpatizantes da filosofia económica de Keynes. É caso para perguntar se com tais canônes levaram-nos a esta situação, que raio de futuro vamos ter se continuarmos pelo mesmo sistema?
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Sem perceber de macroeconomia ou ser expert nestes assuntos, já percebi pelas "contas de Keynes" não existir folga que permita folgar a vida aos mais necessitados, apenas uns paleativos, pois o que irá acontecer é um maior espaço para o sucesso de uma minoria, que já espreita o método veloz de acumulação de riqueza que tradicionalmente o sistema, em cada crise faculta aos mais poderosos, exactamente quando a regra - "Dinheiro chama Dinheiro"é mais facilitada.
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O que eles pretendem não é estabilidade politica, nem tão pouco o fortalecimento da Democracia.

3 comentários:

Chapa disse...

Bom dia Broncas.
Não trates mal o senhor Keynes, que ficou famoso precisamente pelo contrário. Keynes protagonizou a recuperação da economia após a grande depressão, a sua proposta era a do Estado Providência, com intervenção do estado e não o contrário. O que tem acontecido é a substituição do Keynes, pelas teorias neoliberais que defendem o mercado auto-regulamentado em oposição à intervenção pública. Experimenta fazer uma busca (por exemplo na Wikipédia) e perceberás que o Keynes defendia o mesmo modelo que tu.
Um abraço e bom ano

O Broncas disse...

Estou de acordo, conheço as diferenças.
Mas acontece que quase todos os ministros das finanças dos ultimos 30 anos, formados em economia e finanças, quase todos são simpatizantes de Keynes, embora comprovadamente maus seguidores, pois sempre abominaram o Estado Providência.
De tal forma assim é, que aplaudiram o Tratado de Lisboa,cujo ideário subjacente é neoliberal.
Um abraço!

Chapa disse...

O que tem piada, é que o Estado Providência de Keynes é o suporte dos regimes sociais democratas do norte da Europa, enquanto por cá, ser social democrata e até socialista, é sinónimo de abraço às mais radicais teorias neoliberais. Este é um dos indicadores que permite verificar a enorme viragem à direita que os políticos portugueses protagonizam e que tem como resultado a situação de merda em que nos encontramos.
Um abraço