irão reaparecer os defensores da "estabilidade politica"a defender soluções institucionais que garantam o que denominam por maiorias estáveis, ou sejam maiorias absolutas. Irá mais uma vez aparecer o desejo de alterações à Lei Eleitoral, que em todos os projectos até hoje propostos objectivam a redução da representatividade proporcional. Para em nome de uma suposta eficácia governativa, fortalecerem ainda mais a bipolarização já existente, configurada na Ditadura da Alternância (PS/PSD) que tem desgovernado e hipotecado o País nos últimos 30 anos.
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O casamento dos poderosos do Capital e das Finanças com os políticos da Ditadura da Alternância, a conhecida promiscuidade, mesmo com a actual Lei Eleitoral, permitiu ao longo dos anos moldar todo o sistema económico e financeiro aos exclusivos interesses de uma exígua classe dominante..
Portugal e os portugueses é que pouco e ás vezes nunca contaram. Em 30 anos o país diminuiu a sua actividade industrial, agricola e pesqueira, destruiram-se saberes. Ficámos mais pobres, muitos mais cedo e mal reformados. Ficámos apenas com melhor estradas. Os sucessivos governos deixaram a divida pública atingir mais de 65% do PIB, uma divida externa que cresce exponencialmente num quadro em que quase 80% do que se consome é importado..
Quase todos os ministros em 30 anos são beatos do Deus Mercado, quase todos são simpatizantes da filosofia económica de Keynes. É caso para perguntar se com tais canônes levaram-nos a esta situação, que raio de futuro vamos ter se continuarmos pelo mesmo sistema?.
Sem perceber de macroeconomia ou ser expert nestes assuntos, já percebi pelas "contas de Keynes" não existir folga que permita folgar a vida aos mais necessitados, apenas uns paleativos, pois o que irá acontecer é um maior espaço para o sucesso de uma minoria, que já espreita o método veloz de acumulação de riqueza que tradicionalmente o sistema, em cada crise faculta aos mais poderosos, exactamente quando a regra - "Dinheiro chama Dinheiro"é mais facilitada..
O que eles pretendem não é estabilidade politica, nem tão pouco o fortalecimento da Democracia.
3 comentários:
Bom dia Broncas.
Não trates mal o senhor Keynes, que ficou famoso precisamente pelo contrário. Keynes protagonizou a recuperação da economia após a grande depressão, a sua proposta era a do Estado Providência, com intervenção do estado e não o contrário. O que tem acontecido é a substituição do Keynes, pelas teorias neoliberais que defendem o mercado auto-regulamentado em oposição à intervenção pública. Experimenta fazer uma busca (por exemplo na Wikipédia) e perceberás que o Keynes defendia o mesmo modelo que tu.
Um abraço e bom ano
Estou de acordo, conheço as diferenças.
Mas acontece que quase todos os ministros das finanças dos ultimos 30 anos, formados em economia e finanças, quase todos são simpatizantes de Keynes, embora comprovadamente maus seguidores, pois sempre abominaram o Estado Providência.
De tal forma assim é, que aplaudiram o Tratado de Lisboa,cujo ideário subjacente é neoliberal.
Um abraço!
O que tem piada, é que o Estado Providência de Keynes é o suporte dos regimes sociais democratas do norte da Europa, enquanto por cá, ser social democrata e até socialista, é sinónimo de abraço às mais radicais teorias neoliberais. Este é um dos indicadores que permite verificar a enorme viragem à direita que os políticos portugueses protagonizam e que tem como resultado a situação de merda em que nos encontramos.
Um abraço
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