terça-feira, fevereiro 05, 2008

A DANÇA DAS BRUXAS


A CGTP-IN vai reunir em Congresso, continuando a ser o Congresso de todos os Sindicatos, filiados ou não que pretendam participar.

A importância do sindicalismo no avanço e humanização das relações socias, resultantes da luta pela dignificação do trabalho, que está presente no dia à dia de todos nós, gerou nos últimos cem anos avanços civilizacionais em muitos países do mundo, sendo horizonte legitimo para outros que ainda não o alcançaram.

Mesmo com todos os revezes que ao longo de mais de um século se verificaram por diversas tentativas de manipulação deste sentido organizacional da consciência social dos proletários - onde no seu seio, em todas as épocas, nunca faltam serviçais vendilhões a injectarem ideologias e propósitos politicos alheios, objectivando a conciliação de classes, e, a limitação de acções que ponham em causa o poderoso poder politico do capital. O saldo continua positivo e ao serviço da civilização.

Ao contrário das "pragas" lançadas por bruxas e profectas, vendilhões, - o Sindicalismo será a barreira que impedirá que a competividade da globalização capitalista, divida o mundo entre vencedores e derrotados, que na competição entre a economias regionais mais poderosas do mundo, os proletários fiquem condenados ao nivelamento por baixo, ou seja, uns à redução de direitos conquistados,outros irremediávelmente impedidos de os atingir, engrossando deste modo o número daqueles que no mundo estão deserdados do saber e do usufruto das belas invenções de toda a humanidade.

O sindicalismo continua assim a ser, a melhor expressão organizacional da consciência social dos proletários de todo o mundo.

É por isto que quando por cá os Sindicatos reúnem em Congresso, as Bruxas também o fazem - calculo que à volta de uma fogueira congeminando como hão-de enrodilhar-nos os pés e as cabeças para nos iludir no rumo a seguir. Foi sempre assim, as suas rezas, feitiços, pragas e profecias são anteriores ao sindicalismo, são tão remotas como os primeiros indicios da luta contra a exploração e pela dignificação do trabalho.

Por exemplo, ainda no dia 29 o maior "Romântico da trafulhíce politica" em Portugal, em entrevista, com a desfaçatez que só os acólitos não reconhecem,- esquecendo que em 1976 até reuniu em Waghinton com Sá Carneiro,Carluci e membros da AFL-CIO, acertando estratégia e colhendo apoios financeiros para manipular o sindicalismo em Portugal, nomeadamente o Movimento Sindical Unitário simbolizado pela CGTP-IN, voltou com a ladaínha, ao afirmar que a CGTP-IN está manipulada pelo Partido Comunista.
Ele, sempre boçal e mentiroso, que no Governo (PS 1977/78)chegou a tentar desregulamentar a legislação laboral para níveis comparáveis ao actual livro branco do Sócrates, que instituiu a Concertação Social e a agência UGT - usa a influência de que disfruta para tentar mais uma vez confundir os trabalhadores portugueses e tolher o crescente apoio de massas da CGTP-IN, que ousou em 18 de Outubro quebrar "o brilho e a cagança" do Tratado de Lisboa.
Também o presidente dos Patrões,- preocupado com a representação dos trabalhadores, veio arengar que uma boa parte dos dirigentes sindicais não sabem o que é trabalho há muitos anos, e desta forma continuou dissertando de como deveriam de ser os Sindicatos.

Mediante tão poderosos ataques, - espanta-me a ligeireza com que alguns sindicalistas tratam a CGTP-IN, precisamente no periodo de preparação do Congresso, onde todos podem e devem de intervir para que não existam oportunidades perdidas, nem a tentação de recorrerem ao estilo dos poderosos que sempre diabolizaram o sindicalismo e os seus activistas.

10 comentários:

Anónimo disse...

Afinal onde está a mentira?
Não é verdade que o PC é e sempre foi dono da CGTP fazendo-o sua correia de transmissão?
Não é verdade que neste proximo congresso o PC para não perder o controlo, obrigou a que se afastassem elementos afectos a Carvalho da Silva, porque o homem está aficar fino, e substitui-los por membros mais ortoxos na futura direcção ?
Afinal quem não fala verdade?

AV disse...

Os sindicatos não devem estar ligados aos partidos, o Anarco-Sindicalismo, que foi a força mais poderosa durante a primeira República tem de voltar.
A CGTP e a UGT são correias de transmissão do PCP e do PS e PSD.
Viva o Anarco-Sindicalismo.

AV2

Anónimo disse...

Só uma transcrição de um artigo escrito por um ilustre sindicalista e dirigente da CGTP escrita no Militante nº.231.....
"Perspectivas de contratação colectiva No quadro da luta reivindicativa!"
Por António Quintas Dirigente da CGTP
“…..Com um ano recheado de lutas, as férias só podem ter servido para retemperar forças, avizinhando-se, até ao fim do ano, o incrementar da luta reivindicativa nos locais de trabalho a que se conjugará a luta pela negociação colectiva.
Essa luta, encabeçada pelos comunistas, será um enorme contributo para um resultado positivo da CDU nas eleições de Dezembro. ,,,,,,”
Não sendo o Broncas um ingénuo, só pode ser romantico neste aspecto.
Mas que fique claro é preferivel este sindicalismo a nenhum.
Mas termino dizendo que só um romantico pode imaginar que ".. todos podem e devem de intervir (no congresso) para que não existam oportunidades perdidas...)
Meu caro a oportunidade foi e está perdida desde a convocação do congresso e da escolha (é exacto) dos seus delegados, desde as intervenções que não se autorizam fazer porque já falou alguém do sector...que sector sindical ou politico? Até ás que não são mesmo autorizadas. è isto que desacredita o nosso sindicalismo, é por isso que temos sindicalizados cerca de 16% dos trabalhadores, muito abaixo dos já poucos 25% em Espanha aos mais de 60% nos países escadinavos.
Isto é que dá que pensar e não o tentar arregimentar quem critica para o lado do patronato,"..estilo dos poderosos.." pois já salazar dizia que quem não estava com ele estava contra ele. Porque nada é perfeito as criticas devem ser feitas, e acima de tudo devem ser dadas oportunidades a que sejam feitas no sitio próprio para que sejam ouvidas por todos e todos possa no minimo pensar sobre elas.

O Broncas disse...

Os motivos que apresentas para a " tua dita descredibilização dos sindicatos" com referências às actuais percentagens de sindicalizados, demonstram o teu apetite pela avaliação subjectiva do tema, pois colocas de fora a realidade dos diferentes sistemas de emprego nos países que referiste,e assim a desigual intensidade das mutações verificadas, resultantes dos diferentes processos de desenvolvimento do capitalismo.
Em Portugal e não só, até são recentes, com efeitos profundos no tecido laboral, que naturalmente afectaram e afectam os Sindicatos.

O que pretendi no post, foi valorizar a CGTP-IN - pois actualmente estou englobado naqueles que têm um vinculo contratual precário, que para manter o posto de trabalho, ainda recente, aconteceu-me em 6 dias trabalhar 102 horas,a 3€/h extra, ainda por receber. É esta realidade nada romântica que me impede de priorizar questões que sendo coisas da vida, embora próprias do constante debate que as organizações para se aferirem devem de fazer de forma continuada, mas nunca a ofuscar a luta feroz que tem de ser encetada, luta que no âmbito referido, não consente NEGOCIAÇÕES - pois a proibição da escravatura, é limite material desta civilização.

Anónimo disse...

Mais uma vez a repetição do olvido.
Não sejamos ingénuos - as distintas concepções individualistas não levam a lado algum. Esse tem sido um dos maiores erros dos que são ou se julgam sindicalistas.

A CGTP comporta todos os extractos das maiores correntes políticas alguma vez já existentes neste país, e por isso mesmo deixem-na seguir o seu caminho. Ela é plural sem ser pluralista, porque o que a deve fazer mover não são os interesses individuais ou subjectivos, mas a luta geral objectiva que engloba a tomada do poder político e económico.
Tanto os anarca-sindicalistas ontem, como os comunistas hoje devem ter em vista essa finalidade -Uma Terra sem amos...

O Broncas disse...

P/ANÓNIMO DAS 11:20
A critica à parte do recurso argumentativo que usei, é justa.
O resto é um bom mote, com que até se deveria ter iniciado um debate destes.

Anónimo disse...

Camarada Broncas, a Espanha é um dos paises com a maoir taxa de desemprego na europa, 8,6%, a maior taxa de emprego precário, de falsos recibos verdes, e isso não a impede de ter a taxa de sindicalização que tem, e isso deve-se aos sucessivos acordos firmados pelas centrais com os governos, que reduziram uma taxa de 20% de desemprego para a actual apesar de ainda ser alta. Centrais que assinaram o acordo de um ano apenas de contrato a prazo o que levou ao aumento do numero de trabalhadores com contrato sem termo.
Em Portugal negoceia-se e dquando se chega ao fim não se assina nada para poder deixar posdtas abertas para futuras lutas.
Sou da tua opinião que a CGTP é uma central sindical histórica e merece a minha confiança na maioria das situações ou intervenções que tem, mas não posso calar a minha indignação que se não fosse a trela partidária que a prende, muito melhor estaria a situação dos trabalhadores,
As lutas não começariam e terminariam segundo os calendários politicos conforme o artifgo que referi, mas começariam para e apenas servir os interesses dos trabalhadores, veja-se a Valorsul, quando o lixo começa a encher as rua e a incomodar espera-se que o representante do PC vá lá mostrar solidariedade e levanta-se logo a greve, com as mesmas promessas patronais do primeiro dia.
Quando se marca uma greve para a Soflusa não se marca para os autocarros permitindo os transportes alternativos, o mesmo na carris etc.
Qual a razão porque a greve geral de Maio foi por algo abstrato (combate ás politicas do governo ) e não teve lugar como em muitos outros paises, aquando da alteração das politicas da segurança social, nomeadamente das penalizações e no aumento da idade da aposentação?
Quero que fique claro que a CGTP é uma central histórica e em Portugal a única que efectivamente vai defendendo os interesses dos trabalhadores, mas também que é uma central cuja maioria dos dirigentes não esqueceram nada dos ultimos trinta anos mas também não aprenderam coisa nenhuma sobre as “novas” situações laborais e a maneira de as combater.
A “receita “é hoje a mesma de à trinta anos mas as doenças são “outras” é esta a discussão que devemos ter e não a de defender acriticamente a central

O Broncas disse...

Voltamos a não acertar.
Não estive de acordo aquando do último Congresso da USS com o facto de não integrares o Concelho Distrital. Pelo que observo, daí até agora as posições extremaram-se.
Exactamente por isto não estou interessado em discutir deste modo tal assunto (a). A actual conjuntura limita-me em consciência entrar em tais luxos.

Já em relação aos exemplos que apresentas em método comparado, com o recente processo dos Países e Povos sob o dominio do Estado Espanhol, lembro o seguinte: todo o processo negocial que referiste, cuja aferição é continua, começou aquando da integração dos Países de Espanha na CEE, - ao contrário de cá, os governos de Gonzalez e de Aznar, garantiram pela integração, a manutenção, racionalização e modernização de quase todos os sectores de actividade, garantiram até a evolução de um vasto conjunto de produtos de valor acrescentado que alteraram em poucos anos a situação da sua balança Comercial.
Isto demonstra que os processos de racionalização que abrangeu quase todo o sector produtivo, tinham sustentabilidade, de tal forma que apesar das mutações e consequente aumento do desemprego, o crescimento económico resultante, sustentou medidas de protecção social, até a implementação não miserável da "renta minima". Tornando possível a intervenção sindical propositiva, em acordos verificáveis a curto e médio prazo.

Por cá no mesmo espaço de tempo, foi tudo ao avesso. A maioria das lutas travadas, foi pela defesa dos postos de trabalho, lutas que na maioria dos casos acabaram na defesa do direito à indemnização, pelos encerramentos e falências, até fraudulentas que se verificaram ás carradas.
Na Concertação Social, dos acordos que se verificaram com ou sem a CGTP-IN, até hoje o que é que sobrou de bom para os trabalhadores ? nem as questões da higiene e segurança no trabalho foram tomadas a sério.

Considero pelas caracterizações que fazes e exemplos que referes, existir algum desconhecimento da actividade sindical para alem da empresa onde trabalhas. Estás por excesso de generalização, a seres injusto.

(a)ainda havemos de conversar.

Anónimo disse...

Só uma opinião: a maioria dos trabalhadores portugueses sindicalizados na Inter são comunistas e socialistas, por isso, e mais algumas coisinhas, como por exemplo - manter a coesão responsável desta central sindical - os partidos comunista e socialista respeitando os estatutos desta informam a sua direcção. Isto a meu ver!

Anónimo disse...

Os trabalhadores da Auto-Europa quando apresentam problemas ao Chora, têm normalmente como resposta; - deixa isso estar como está, já sabes como eles são!?

Bom sindicalista.