quarta-feira, fevereiro 06, 2008
A DANÇA DAS BRUXAS (2)
"Elas andam por aí" explorando os preconceitos anti-comunistas espalham teorias esvaziadoras da importância dos sindicatos, envolvendo até sindicalistas que aparentando experiência e muito saber, apontam o caminho inevitável, o único que garante sucesso.
Por aí andam animados pela análise encomendada pelo governo, do Livro branco que não sei se é verde ou preto, mas que segundo eles traduz a realidade nua e crua da situação laboral no País.
Vai daí, responsabilizando por igual patrões e sindicalistas pelos Contratos Colectivos não serem respeitados, concluem não terem hoje qualquer sentido por falta de eficácia, atirando-os para a arrecadação das velharias, pois o que é moderno e eficaz, é o caminho de mais e sempre mais negociação e menos legislação.
A elaboração do tal Livro Colorido das mezinhas da bruxaria, - resume-se ao objectivo hipócrita de interpretar a situação sócio-laboral resultante de politicas que nos últimos 20 anos foram concertadas entre Governos e Patronato.
Ao longo dos anos tem permanecido em quase todos os sectores de actividade a exigência do direito à negociação, cujo desrespeito tem levado a sucessivos boicotes à Contratação Colectiva por parte do patronato, sem que os Governos intervenham. Por outro lado, o respectivo ministério tem orientado as respectivas delegações no sentido de evitar intervenções mediadoras, mantendo uma postura benevolente ás arbitrariedades patronais.
É esta prática e não outra, que explica a impunidade existente ao nível laboral e o aparecimento de figuras contratuais sem cobertura legal, ou de outras comparáveis ao século XIX, em que se trabalham 12 e até 14 horas, muitas vezes sem receber mais que o salário diário normal.
Deste modo, o tal Livro das mézinhas, é nem mais nem menos a realidade que foi politicamente forjada, agora oferecida aos legisladores ao serviço do capital que a irão interpretar e legislar em conformidade.
Nem Salazar em 1933 chegou tão longe como agora pretendem.
Só por vaidade, ignorância ou preconceitos se encontra justificação para aparecerem sindicalistas a tratarem com tanta ligeireza o alcance e importância da Contratação Colectiva. Isto, quando os Proletários de todo o mundo têm de ascender por consciência social à descoberta de formas de organização que globalmente venham a impôr outros modelos de desenvolvimento, com a consequente divisão internacional do trabalho e da riqueza criada.
Os trabalhadores da China, da Venezuela, de Angola, do Brasil e de todo o mundo, têm de impôr pelo binómio da negociação e da luta, a contratualização das relações laborais com força legal aos detentores do poder económico nos respectivos países. Só isto, permitirá avanços na luta global.
Nos primórdios do movimento proletário, não foi fácil perceber a importância da Contratação Colectiva, mas foi muito mais dificil impõ-la ao patronato. Nesta fase foram inúmeras as lutas, e bem duras para impõr o direito à negociação, exactamente por não se tratar de um direito abstrato, porque traduzia contratualização com força de lei. Isto não são velharias, são factos substantivos que definem direitos conquistados, que determinaram avanços civilizacionais que agora estão a ser postos em causa.
Tem mais de cem anos o objectivo de 8 horas para trabalhar, 8 horas para lazer, 8 horas para dormir, - o Livro das Bruxas que o capital aplaude, define tal ideia como um obstáculo à competitividade.
Não se deixem levar pelas Bruxas - pois se é fácil concretizar negociações numa empresa estável e com estratégias definidas, quando assim não é, até a defesa dos postos de trabalho se tornam miragem, muitas vezes gorada - acabando-se na luta para evitar o espoliamento. Isto com contratualização e lei, posto que as mais das vezes não se pode contar com uma conjuntura politica favorável aos trabalhadores.
A referência a problemas relativos a quadros e funcionamento da CGTP-IN são importantes para os trabalhadores - devem de ser conhecidos, discutidos e tratados. Mas misturar tudo fazendo caldeirada, é elaborar discurso pela batuta dos que pretendem descredibilizar a CGTP-IN. - É entrar na dança das Bruxas!
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5 comentários:
A SENHA
DIA 8 NO LOCAL "Z"
é desta vez que os camaradas da B.B. vão participar.
O Joaquim Gonçalves que não se engane a enviar a convocatória à oposição novamente.
O tal do telhado já é conhecido, agora o Urso é coisa nova,mas como já é a 2ª vez que usa este blog, suponho tratar-se de alguém da chamada renovação comunista.
Como regra sólida não apagamos comentários, mas acreditem que me apetecia...
Também, para acabarem nesta lenga-lenga de conversa chata, o melhor é nem aparecerem por cá, nem eu... Já foste amigo...Agora o que resta é dor de corno.
eu ando na dança chamome susana patricia sousa ferreira doi me tudo
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