aconteceram e acontecem coisas que nunca poderão ficar esquecidas, abafadas no sinistrismo perpétuo das necrópoles, por opção dos poderosos de todos os tempos, ou por condenação canónica.
Encontrei-me depois de vários anos com um Amigo Alemão, idoso e homem de poucas palavras nas coisas da política, das ideologias e ainda menos das religiões, - que um dia, membro das organizações juvenis nazistas, correu a abraçar a mãe, jornalista, que ía ser fuzilada por decisão das SS.
As vivências humanas,até no cúmulo da irracionalidade, obtêm dele num cenário de serenidade,- respostas e explicações secas e simples, com uma incrível dimensão racional.
Sobre o pai de que não se lembra, não falou. Mas da mãe o que disse deu para perceber que era uma pessoa culta e de formação católica, pessoa firme nas suas opiniões contra o nazismo que imperava. Obrigada a afastar-se do filho, entretanto integrado num orfanato do regime.
Aquela mulher não colheu a benção de Deus. Mas Hitler, também católico teve a benção de Deus. A Igreja, o Vaticano viu nele o sonho, o 3º segredo de Fátima,- estancar o avanço da Laicização na Europa e esmagar os Bolcheviques a Leste.
Aquela Mulher, naquele dia não foi fuzilada, mas nunca mais apareceu.
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