sábado, abril 21, 2007

Apesar de tudo, não gostei!

As comemorações do 25 de Abril, o desfile da Liberdade, ao longo dos anos na sua preparação, sempre esteve envolvido por dificuldades de entendimento entre as várias organizações, que a convite da Associação dos Militares de Abril, a integram.

Anos houve em que o PS alinhado com arautos da direita procuraram acabar com a realização daquele desfile, reduzindo as comemorações às cerimónias oficiais - a tentativa saíu gorada mantendo-se até hoje esta vertente popular. Em anos seguintes, o PS, quase sempre enquanto é governo, tenta influir por diferentes formas objectivando esvaziar das intervenções finais, críticas e referências à acção governativa, que até hoje não conseguiu, embora gere sempre incredulidade e desconfiança em relação à inicíativa.

Persistem assim, por impossibilidade de impedirem a sua realização, em reduzi-la a um festejo com discursos de circunstância, de aparência politicamente inócuos.

Conhecendo, em alguns anos até com alguns detalhes que atestam o que escrevi, apesar de tudo, não gostei do veto da JCP à intervenção do elemento do "Gato Fedorento".
Não vislumbro motivações racionais que justifiquem tal postura, rejeitei de imediato o aludido facto, - de por a pessoa ser um ex-militante do PCP.

Não se é defensor do Marxismo quando não se atende, nem entende o contrário, quando se rejeitam pessoas pelas suas opiniões, quando se forjam regras sagradas cujo cumprimento determina actos sectários.
Aceitaria tal procedimento se nos nomes propostos constassem fedorentos, nomes como Rui de Encarnação, J. Luís Judas, Pina Moura e outros equiparados - pois nestes casos, tratam-se de figurões que num ponto de vista de classe, deslumbrados pelo capital granjearam da bandalheira instítuida uma meteórica ascenção, mudando de barricada traindo o seu Partido, traindo a luta dos trabalhadores.

O que a JCP fez, foi fornecer argumentos a todos os que sempre pretenderam esvaziar esta inicíativa, descredibilizando ao mesmo tempo o carácter unitário que lhe preside, incomodando muitos militantes comunistas e demais pessoas que para lá se deslocam sem qualquer orientação partidária.
Demonstraram-se incapazes de cultivar a Democracia pela criatividade Marxista.

1 comentário:

Anónimo disse...

PCP esclarece notícia do DN PDF Imprimir EMail
Quinta, 19 Abril 2007
Imagem: logotipo PCPA propósito da notícia do DN hoje publicada sob o título «PCP veta "Gato"» o PCP entende esclarecer que só por absoluta inexactidão, ou declarada má fé, se pode atribuir ao PCP, como é intenção da peça, a atitude de veto de Ricardo Araújo Pereira a propósito da intervenção de um jovem em representação de organizações juvenis na iniciativa de comemoração do 25 de Abril. A propósito da noticia do DN hoje publicada sob o título «PCP veta “Gato”» o PCP entende esclarecer o seguinte:



● Só por absoluta inexactidão, ou declarada má fé, se pode atribuir ao PCP, como é intenção da peça, a atitude de veto de Ricardo Araújo Pereira a propósito da intervenção de um jovem em representação de organizações juvenis na iniciativa de comemoração do 25 de Abril.

● Em rigor o que se pode afirmar é que esta questão, a exemplo do que sucedeu com a inviabilização do acordo sobre o “Apelo” dos promotores, é expressão da atitude dos que, no quadro da comissão promotora, agiram para impedir nas comemorações quaisquer referências ou juízos críticos à acção do governo do PS.

● Na actual situação – de agravamento dos problemas dos jovens e em particular dos jovens trabalhadores, que a recente lei sobre trabalho temporário veio acentuar, e de que a acção de luta de jovens trabalhadores de 28 de Março foi expressivo testemunho – a JCP apresentou e defendeu, desde o primeiro momento, por razões de actualidade política, a proposta (que chegou a ser consensualizada embora com a ausência da JS) de um jovem dirigente sindical (Pedro Frias) para a referida representação. É na sequência do desacordo manifestado já em momento posterior pelo representante da Juventude Socialista a esta proposta que o nome de Ricardo Araújo Pereira é apresentado e defendido (três reuniões mais tarde) pela JS e o BE. Perante o desacordo destas organizações àquela proposta foi ainda adiantado em alternativa, por iniciativa da Interjovem o nome de Joana Bastos para eventual consideração.

● Foi a falta de consenso entre as várias organizações juvenis – indispensável no processo de construção de decisões da comissão promotora das comemorações do 25 de Abril – que inviabilizou o acordo necessário para a referida escolha.

● O sentido que o título do DN e a peça que o acompanha pretende atingir é assim manifestamente tendencioso. Com igual «rigor» o DN poderia ter titulado “PS(ou BE) veta jovem sindicalista”.

● É assim absolutamente falso que o PCP tenha “vetado” o nome de Ricardo Araújo Pereira. Para o PCP, a presença de todos quantos, como Ricardo Araújo Pereira, e tantos outros designadamente dos meios artísticos e culturais, se queiram associar às comemorações de Abril é sinal de uma desejável manifestação de vontade democrática de participação e de afirmação dos valores de Abril.

António Fonseca
Rio de Mouro