Do lato conjunto de referências fortes que o calendário Gregoriano nos legou, sobressai o periodo litúrgico pós Advento, desde o nascimento do Menino até ao dia de Reis.
Sem dúvida fortes referências que atestam culturas com raízes ancestrais, determinando tradições, que renovadas ou não, ao longo dos séculos a sumptuosidade ofuscando não apagou a sua origem em histórias e mensagens simples.
S.Cosme ainda não era padroeiro das parteiras. Lá p'rás bandas do Médio Oriente, num tosco abrigo de animais, uma mulher entrou em trabalhos de parto, aí nasceu um puto. Contam que pobre mas saudável e forte de saber, que ao longo da vida foi vigoroso na propagação da justiça, sempre humilde e determinado na emancipação do ser humano, desbravando os caminhos da paz.
Obviamente mataram-no.
Uma história simples, verdadeira ou não, que ao longo dos séculos se tornou complexa pelas habilidades teológicas, normalmente em usufruto exclusivo dos poderes dominantes.
E assim continua.
É vê-los por aí, os eleitos da politica em visitas aos pobrezinhos, com discursos eivados de candura, compungidos "com os azares da vida" que os condenou á pobreza...
Por tanta ternura, recebem sempre aplausos.
Viram o Sócrates? naqueles gestos docemente vincados pelos movimentos das mãozinhas, lindas e bem tratadas, garantindo-lhe um porte celestial e um estilo angélico. Parecia um Anjinho vindo dos Céus, anunciando-nos a Boa Nova:
- O crescimento económico aí está;
- o desemprego já baixou;
- os privilégios acabaram;
- as reformas estruturais...blá, blá, blá, blá... ...
Foi um discurso angelical. Aplaudido pelos deslumbrados do poder, pelos invejosos e ignorantes, pelos sábios gaiteiros da usura.
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