Infelizmente,
na gratuita
névoa oceânica
o poeta partiu
E os acasos e mudanças
do tenebroso vento
fizeram o navegador
ainda mais solitário
Compreendeu um dia
que o mar faz-se de partilhas,
de abraços e muita serenidade
oculta num mar revolto
Sem essa vulnerabilidade
o poeta cai, o navegador
é naufrago, a bruxa sempre adivinha
o que nos vai na alma
Em rotas circulares
o aventureiro navegador
perde-se, ensimesma-se com o seu próprio rosto
vai à bolina com o seu narcisístico olhar
E encalha, gratuitamente
fica na modorra das cálidas
águas superficiais.
Sem comentários:
Enviar um comentário