Opacidades extremas
dengosidade no olhar
sacrossanto movimento das pernas
altitudes feéricas
Ah! Como é bom jogar com as palavras
cantá-las, senti-las a fluirem-nos
no corpo extenuado e inerte
Sensações exacerbadas
intumescências e dionísiacos
rubores e excrescências
O teu corpo divino, a tua nudez idílica
os aromas eflúvios da tua pele
Como me masturbei de frases e imagens
As tuas sépias sílabas enlanguescentes
Lambi-te toda! Comi-te naquela casa de banho
austera, enquanto as tuas amigas viam
aquele filme interminável.
Foi sexo à primeira vista!
O amor fica pra depois, as
intermitências dos mortais são núpcias
dos objectos, das concorridas imagens por acabar
Fito-te na telúrica paráfrase do entontecer
parágrafos de paixão carnal, anamneses
da circunstância do meu calor taurino
Matei o Minotauro, sou Teseu entesado
com as trevas alarves e virginais p'ra explorar
O teu peito perene, álacre e ácido
turgiu-me os antepassados, cálidas fontes
do beijo das amantes maltratadas
Vi a queda de Ícaro e as frondosas árvores de
Creta. Parti na perífrase das emoções.
Cortei os rasgados elogios da tua fronte
ejaculei alfabetos longínquos
e projectei-os na memória
Na memória das claridades nucleares
dos teus lábios mortais, carnudas
linguagens que me obrigaste a registar
em faustosos poemas da ilusão.
1 comentário:
Gostei !
AV2
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