Respeitar quem na vida se move, actua e mobiliza pela fé e crenças religiosas, não é assunto que em civilização mereça ser discutido, nem tão pouco lembrado. A humanidade pela convivência de milénios e saber acumulados, é assim que determina. Mau, muito mau é quando tal não acontece...
Esta postura, esta legítima forma de entender, não é limitação a que se discutam as religiões, seus fundamentos, percursos e objectivos. A análise crítica, a ironia ou a exigência de comprovação científica, em civilização não deverá ser estigmatizada, obstaculizando a convivência e o diálogo por uma endémica surdez sectária, ou a tentação violenta de utilizar a "força do deus" acreditado, excluindo os demais como gente menor, gente que não conta para nada.
Por exemplo?! É ou não legítimo reagir ao silêncio que envolveu o escandalo do Banco Ambrosiano em 1989, dirigido pelo Cardeal Paul Marcinkus que obteve sempre o apoio do Papa João Paulo II, refugiando-se no Vaticano fora da alçada da justiça Italiana, isto relativo a processos que ainda decorrem, onde constam assassínios e a comprovada ligação à Máfia Siciliana. É ou não legítimo!? Perguntar onde é que andava Deus? Onde é que se meteu o Espírito Santo, não cumprindo a sua função de iluminar a mente e a consciência do mediatizado e "santificado" Papa João Paulo II neste caso?
Estas perguntas, retirando-lhes o toque irónico, podem ser feitas por crentes católicos ou não, não crentes, por um qualquer cidadão do mundo, sem que isso possa ser considerado desrespeito por alguém.
Mediante isto, será normal e legítimo que os pensadores, os teólogos recorram à descoberta de justificações fundamentadas no transcendental, que aquele caso foi um qualquer sinal de advertência celestial, ou outra qualquer indicação por arriscado exercício acrobático, isto apesar da rede ético-teológica estar toda rôta.
Mas é importante que não passem disto!...
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