Mais uma vez, as nossas TV's apresentaram um espectáculo de multidões, o horror, a tragédia, a emoção! Foi mais um espectáculo de morte em directo e ao vivo, com a chegada da urna do militar falecido no Afeganistão. Os jornalistas a salivar com a informação: - E lá vem o Hércules C130 com o caixão do nosso militar. Agora vão fazer duas filas em recepção ao morto, o Primeiro Ministro também já chegou, é a agitação, et coetera e tal!
E para mim, isto agride com a minha sensibilidade, pela falta de respeito com os familiares da vítima, não há já espaço para a intimidade! Há uma falta de sentido ético por parte dos jornalistas, em que tudo é possível de ser filmado, dito, em nome do share, das audiências! E hão-de notar, o argumento é sempre o mesmo, por parte deles: - ah, é o dever de informar, de comunicar!
Mas em comunicação, nem tudo nos é permitido! Se eu quiser um dia fazer um espectáculo teatral com mortes em cena, com sangue, tenho de ser mesmo fiel, para ser real, para comunicar? para esta comunicação ser mais eficaz? Não, podemos e devemos usar não só a sensibilidade, como também a criatividade para de outra forma passarmos essas mensagens. Para mim, morte em directo como espectáculo é pobre, de mau gosto e mostra a falta de assunto que a nossa TV tem para nos dar!
1 comentário:
Audiência a quanto obrigas.
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