quinta-feira, agosto 04, 2005

TOURADA - Opróbria Cultura

Consultei o trabalho da jornalista Cristina Boavida, "Vermelho e Negro", onde surgem entrevistados, João Moura e Sónia Matias do toureio a cavalo, o empresário tauromáquico Manuel Gonçalves e os excelsos nossos conterrâneos, Helder Queiroz e José Pedro Pires da Costa.
Trata-se do impensável, se não acreditam, verifiquem.
O Queiroz e o Pires da Costa que afirmando não saber explicar, defendem que o Touro não sofre crueldades nas touradas; mais a Sónia Matias que afirmando o desejo de matar, conta que antes das faenas faz um pequeno altar com os Santinhos e a Santinha d'Macarena, onde reza; ainda o empresário que afirma - ... deus criou o homem e criou os animais, para que os animais servissem o homem, não é para que o homem sirva os animais.

Já enojado pelo conjunto das respostas, esclarecimentos e declarações, nomeadamente pela nulidade cultural, frieza e irracionalidade, só me ocorreu justificação para tal, na complexidade psiquica dos psicopatas.

Um nojo, acreditem!
A casa de João Moura decorada com cabeças de cavalos, de touros, orelhas e outros macabros troféus, a mesa feita com as pernas do cavalo "Ferrolho", atiraram-me para a sinistra Capela dos Ossos que ofusca a grandeza da arquitectura interior da Igreja de S.Francisco em Évora, mas esta é coisa do século XIV.
Hoje tais entendimentos e práticas são absurdos que atrasam o avanço da civilização, por isto, não podem manter-se e serem defendidos na base da liberdade de quem gosta - pois mesmo invocando Deus, para quem acredita é blasfémia afirmar que criou à sua imagem e semelhança protótipos humanos, bêstas como estes capazes de manter esta absurda tradição.

O Jaguar, Eu, a Leoa e muitas outras espécies, matamos rápido para comer, não torturamos as vitimas no solene gáudio do lencinho branco, colhendo a seguir o hipócrita perdão da reza.

Para esta irracional e macabra dita tradição, só existe uma atitude, ser radical na defesa da sua extinção.

Viva o Miúra!
que arrancado à calmaria dos campos, ao dourado dos fenos. Ficou prisioneiro nos curros, daí soltaram-no para a arena. Apenas estava com raiva. Nem sequer sabia marrar.
Já ao fim da faeana, já no chão e em estertor, teve a pujança de elevar-se e enfiar os cornos no farsante doirado de lantejoulas que durante três tércios o humilhara.

-Viva o Miúra que venceu "Manolete"!

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva o Miúra! Viva portugal sem esta poluição, que é a Tourada.
Tortura não é Cultura!
Cultura é Educação, Conhecimento, Ciência, Arte.
Tourada não é arte!
Arte é criar, engrandecer, ficcionar, amar, respeitar, libertar. Tudo o que é oposto a essa actividade marginal. Mais uma vez, uma actividade do regime, tal como o fado, o marialvismo, o futebol, e os santos da macarena, da arena, da faena, da puta que os pariu!
Tourada é, em suma, nada! Deserto de ideias, de produção, para um país que está doente. Doente de incêndios, de festas populares, de praias poluídas, de ar irrespirável, de 21% de IVA, de TGV, Ota, militares a ganharem 5000 euros/mês no Afeganistão. E cá,quem quer saber deste país? Quem vai para as matas? O povo! Quem está a desgovernar esta terra? Quem tem poder económico-financeiro? Quem são os gestores? Uma cambada de REFORMADOS! O nosso país vive de reformados a mandarem nisto tudo! Eu estou farto da boa educação e digo alto e bom som:
- Vão para casa! Vão de férias! Deixem os mais novos trabalhar, governar! Eu estou farto de não ter lugar (e mais de 500 000 jovens) por causa destes velhos!
Deixem-nos viver! Estamos a sobre viver! Com 30 anos não casamos, não temos filhos, não temos emprego de jeito (só os filhos e sobrinhos dos reformados!), não temos casa própria. Foda-se todo este regime, todos estes incêndios, toda esta trapalhada de país. Quero fugir para o interior. O interior não do calor, mas da paz, da reflexão, das raízes, da qualidade mental de vida!
Aquele abraço!
Portugal tem falta de povo que reivindique, que se junte, que tenha acção! Se nos juntassemos todos, isto não andava assim...
Quanto mais velho estou, mais acho que o radicalismo faz cá falta!
Ou então, moderação mas com muita acção, participação, colaboração.
Se nos juntassemos todos... a tourada acabava! Não seria à primeira, mas vinha abaixo!
Aquele abraço!

Anónimo disse...

Gosto deste blog.