segunda-feira, janeiro 10, 2011

O General

Ramalho Eanes, ex-Presidente da República e porventura o último de todos os Portugueses, surge como apoiante de Cavaco Silva. Ao reflectir sobre esta decisão do General, apenas distingo similitudes de opinião naquilo que concerne à religião, pois ambos são defensores da doutrina social da igreja. Mesmo assim, conheço o suficiente para poder afirmar que no entendimento do General, no conceito de caridade remanesce a essência do cristianismo primitivo, a entrega total, o que é meu é teu, o compromisso, e deste modo a exaltação do outro a perceber o espaço que por direito tem de ocupar na sociedade.
Já Cavaco Silva, pelas atitudes e declarações que já fez, tem da caridade uma visão redutora, esvaziada de projecto humano e apenas valorizadora da esmola e do assistencialismo, ou sejam, soluções baratas para iludir as realidades sociais, a par do desejo negocista de abrir o ensino, a segurança social e a saúde a entidades privadas, demonstrando que ao contrário do General, irá se for eleito, jurar uma Constituição que pretende destruir.
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Além disto, o General apesar da abjecta discriminação de que foi alvo por parte do Estado, acabou por afirmar os seus direitos, mas recusou de imediato uma indemnização de 1 milhão de euros. Também recusou ofertas para comprar acções a preço de saldo, ser accionista de bancos, que por prestígio pretendiam usar o seu nome.
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O General tem o direito de apoiar quem quiser, mas apoiar Cavaco Silva, "não bate a bota com a perdigota".

1 comentário:

Avoar disse...

Excelente post.
Um abraço,amigo Broncas.