Assisti à última Assembleia Municipal da Moita, onde com os votos da CDU foram aprovados o Plano de Actividades e o Orçamento para 2011.
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Tratou-se de um artificio meramente administrativo, quase copy past dos anos anteriores, por isto nada inovador e apenas agravado pela crise traduzida nos cortes do poder central, a juntar ao conhecido garrote do serviço da exorbitante divida do Municipio. O Orçamento aprovado é assim um documento perfilhado pelas regras neoliberias, não se vislumbrando qualquer traço criativo e de sentido contrário, a corresponder à descrição preambular, e ainda menos ás intervenções elogiosas proferidas pelos membros da CDU naquela Assembleia, diga-se, tão despropositadas, que até merecem registo num qualquer anedotário.
Tratou-se de um artificio meramente administrativo, quase copy past dos anos anteriores, por isto nada inovador e apenas agravado pela crise traduzida nos cortes do poder central, a juntar ao conhecido garrote do serviço da exorbitante divida do Municipio. O Orçamento aprovado é assim um documento perfilhado pelas regras neoliberias, não se vislumbrando qualquer traço criativo e de sentido contrário, a corresponder à descrição preambular, e ainda menos ás intervenções elogiosas proferidas pelos membros da CDU naquela Assembleia, diga-se, tão despropositadas, que até merecem registo num qualquer anedotário.
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Mesmo assim, não ponho em causa o rigor do documento e ainda menos a honestidade dos seus promotores, destacando apenas ao nível do rigor a congénita opção com barbas, em manter nas receitas previstas os célebres terrenos, cujo enguiço já dava romance. O que ponho em causa é o estilo de gestão conformada, exactamente oposta ao conteúdo ideológico dos discursos usados, podendo afirmar que para fazerem o que fazem, tanto lá podia estar o PS como o PSD - seria a mesma música, apenas tocada por diferentes "charangas".
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Para ser diferente, bastava que os autarcas que são militantes do PCP, interiorizassem algumas orientações programáticas do seu próprio Partido - por exemplo valorizar o diálogo com a população no sentido de tornar o cidadão e as instituições em sujeitos activos, em vez do habitual contacto, redutor, apenas para cumprir calendário.
Fazer a diferença no âmbito autárquico, só é possível por uma permanente busca na inovação por uma comunidade informada e comprometida. Isto não são apenas palavras, trêtas - por exemplo o pagamento da ETAR por parte da população Moitense, que é o pagamento de um serviço que ainda não lhe é prestado, não levantou qualquer bronca, não houve manifestações à porta da Câmara, parecendo ser já uma questão consensualizada.
Só que tal consenso se sustenta na habilidade perversa, que é o uso e a promoção do conformismo e da indolência, instrumento conservador e reaccionário, avêsso à democracia.
Bem melhor seria, se os autarcas tivessem promovido um diálogo activo sobre a ETAR - estariamos hoje perante um consenso diferente, sustentado numa comunidade informada e comprometida.
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É por estas e por outras que fiquei desagradado com o chumbo por parte da CDU, à proposta apresentada por Luís Morgado lá na Assembleia Municipal, acrescendo a gravidade dos argumentos despropositados e desbocados que foram usados, para denegrir a respectiva proposta.
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A manterem-se tais hábitos, não me admira nada num dia destes, as charangas começarem a tocar - lá vamos, lá vamos, cantando e rindo.
2 comentários:
Bom post.
Infelizmente, nem os comunistas respeitam o que aprovam nos Congressos do seu Partido.
Se o fizessem, o Municipio da Moita não estaria na situação em que está.
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