domingo, março 15, 2009

Para Angola! já e em Força!

Inspirado por aquela frase ao pescoço de um bonacheirão com cara e estilo de maluco que o AV divulgou no Carnaval, cujo traje lembrou-me o Rei de Bacongo, deixou- me pendurada a ideia de fazer um post sobre esta ex-colónia. Mas acabou por ser a visita do Presidente eleito ou meio eleito, ou lá o que é, que acabou por tirar isto do bengaleiro.
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Angola como quase todos os países sub-sarianos, tem o desenho geográfico que resultou das disputas entre os vários países colonizadores, as suas actuais fronteiras não resultaram da vontade dos seus povos. Pese embora o facto daqueles países emergirem da luta que acabou por precipitar o fim dos impérios coloniais - persistem ainda hoje as nacionalidades não acabadas, com graves problemas de integração e identidade, resultantes da diversidade étnica e tribal, existindo até exemplos de muitas etnias migratórias, que nem sequer reconhecem fronteiras.
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Exactamente porque as sequelas do colonialismo ainda de todo não se dissiparam, é bom que "para Angola! já e em força!" se traduza na disponibilidade de descobrir pela história a atitude ética adequada de quem emigra, a libertar-se de preconceitos susceptiveis à manipulação a que os poderosos sempre recorreram, para a defesa dos seus exclusivos interesses, deixando um rasto de conflitos cujas sequelas ainda persistem.
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As sociedades pré-colonialistas que haviam de constituir a Nação Angolana, no século XV apresentavam diferentes estádios de evolução, sendo determinante a organização tribal que no entanto se encontrava estruturada ao nível de garantir um desenvolvimento das forças produtivas que permitia que a agricultura, o artesanato e o comércio tivessem um grande relevo em grande parte daquele território.
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A chegada dos Portugueses acabou passado algum tempo por boicotar violentamente o seu natural desenvolvimento: a expansão e a consequente procura de "braços" para as plantações do Brasil em primeiro, e posteriormente para outras regiões das Américas - foi satisfeita pela exportação de milhões de escravos, privando aquelas sociedades de então do seu principal elemento da construção económica e da sua força produtiva, o Homem.
O comércio de escravos que se intensificou no século XVII prosseguindo até parte do século XIX, deu lugar a inúmeras guerras, causando a destruição das sociedades existentes, nomeadamente o organizado e pacifico Reino de Bacongo, que antes tinha até estabelecido relações amistosas com o Reino Português.
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O resultado foi a miséria e a permanente revolta a par da legitima resistência à fixação portuguesa, como nas demais regiões aconteceu com os outros colonizadores. Sendo que no decorrer da 2ª parte do século XIX e inicio do século XX, porque os conflitos se generalizaram, as potências colonizadoras estabeleram na conferência de Berlim, que os respectivos territórios só seriam considerados colónias se neles se verificasse a ocupação militar - acordo que levou à generalizada investida opressora, que em Angola como em outras sufocou a resistência popular, pilhando as sua riquezas naturais. Processo que se veio a institucionalizar com o Acto Colonial de 1930, onde Salazar ordenou condições de trabalho agravadas, impostos pesados, aumento de horários, discriminação salarial, proibição de manifestações culturais africanas, trabalhos forçados e outras medidas deste estilo.
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É bom e necessário relembrar o percurso histórico, e gostando-se ou não de Cavaco, Eduardo dos Santos ou de Sócrates, amarrá-los aos discursos de cooperação que fizeram, boicotando à partida toda e qualquer tentativa que belisquem o relacionamento entre povos, e nomeadamente de quem trabalha.

1 comentário:

AAG News disse...

Não me diga que está-se a referir aquele tipo ligeiramente coxo, com cara de maluco?

Ele é vítima das más leituras é o que é!

:D