EXPOSIÇÃO "RITMOS - O ROCK EM PORTUGAL 1955/74"
A Groovie Records e a Hey, Pachuco! orgulham-se de apresentar a Exposição "Ritmos". Inaugura no próximo dia 20 de Outubro pelas 21.30h na Galeria Municipal do Barreiro e está inserida na programação do Festival Barreiro Rocks. Esta exposição convida o público a conhecer um pouco do que foram as origens do rock'n'roll em Portugal através dos objectos originais - dos discos aos instrumentos passando pelas indumentárias, recortes de imprensa e aparições televisivas. Estará patente na Galeria Municipal do Barreiro [Avenida Alfredo da Silva, nº15] até 20 de Dezembro, de terça-feira a sábado, das 14h ás 20h. A entrada é gratuita.
"O rock' n' roll surgiu em Portugal quase em simultaneo com a América. Foi logo na década de 50 que começaram a aparecer os primeiros conjuntos e cantores. Joaquim Costa e os Rapazes da Estrela, José Manuel Silva conhecido como Baby Rock, os Babies do José Cid entre muitos outros. Grupos de rockabillys surgiam, assim como de teddy boys sempre à margem e associados a actos menos dignos.
Mas os anos 60 vieram mudar essa imagem. Mudam-se os artistas, mudam-se os generos e o rock' n' roll passa a ser o Twist, o Yé-Yé, o Surf e outros géneros associados a danças e cada vez mais inofensivos. Com uma nova cultura e música direcionada para a juventude, que ja estava farta de nacional-cançonetismo e fados, começam a surgir dezenas de novas bandas por todo o país e colónias. Filhos de classes mais altas, ou endividados em prestações para pagar os instrumentos, as festas e bailes começam a ser animadas por estes conjuntos recem formados. A música, inspirada pelos discos que a censura deixava passar, eram versões da musica tradicional portuguesa, podendo assim agradar a todas as idades, e de exitos internacionais,com letras em português, como agradava ao regime, onde cantavam sobre os seus amores. Entre eles destacaram-se o Daniel Bacelar, o Vitor Gomes, Os Conchas, o Fernando Conde, Os Titãs, entre muitos outros.
Embora quase ignorados na imprensa e televisão, lentamente começavam os jovens a ganhar um espaço. Foi sobretudo com os concursos, organizados sobretudo em Lisboa e Porto que foram ganhando uma maior divulgação, uma vez que os discos eram poucos e caros e a rádio pouco os rodava. Dessa forma o concurso de 1963 do Cinema Roma contou com a participação de 22 conjuntos e o concurso de 1966 do Teatro Monumental com cerca de 100 conjuntos!
Por todo o país, já não só em bailes e feiras, tocavam estas bandas. Desde hoteis a casinos a clubes nocturnos, a música ganhou uma força imprevisivel. E quando em 1965 começaram a chegar os primeiros mutilados e os jovens a ser chamados para morrer pela Pátria, também a música ganha um novo conteúdo. As letras começam a ganhar importância e se anteriormente qualquer forma de revolta e contestação estava ligada a figuras públicas e movimentos estudantis, na música adquirem uma voz. Cantavam os Ekos "sou um ser desprezado, onde tudo está errado", e os Quarteto 1111 gritavam "liberdade".
Ganhava a música também novas formas. O que a censura não conseguia apanhar, por estar escrito em inglês ou por ser transmitido via rádio piratas inglesas, veio influenciar e dar origem a novos géneros. Do psicadelismo à música de intervenção Portugal estava a ficar contaminado por toda uma nova cultura que se estendeu ao cinema e às restantes artes. Já não estava "orgulhosamente só"..."
2 comentários:
bem esgalhada....
ps3:
malditas sopinhas de letras...
Vou lá ver amigo. Obrigada pela dica.
Beijos.
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