terça-feira, maio 01, 2007

1º de MAIO

Estou a ver daqui, dentro de um jarro com água, que ás vezes leva vinho, dois cravos viçosos e resistentes que a malta da Junta me ofereceu na noite de 24, actuava o grupo "Quadrilha". Chegaram ao 1º de Maio, são neste momento o meu simbolo de paz enquanto vagueio no processo histórico de lutas tão violentas.

A luta pela dignificação do trabalho ao longo de milénios, tem forçado a alteração das relações sociais em todos os parâmetros da vida nas diferentes épocas, mas ainda hoje a maioria dos habitantes do planeta não conseguem usufruir desses efeitos.

Acontece até que nas regiões mais influenciadas por tais lutas, assiste-se hoje ao retrocesso generalizado das conquistas alcançadas. O sistema prevalecente, impõe o lucro aos inventos da humanidade, usurpando-a dos benefícios na incessante busca de reduzir o valor do trabalho a zero.

Deste modo, neste 1º de Maio, nas comemorações que têm de continuar a ser mais de luta que de festa. As frases, as palavras de ordem pouca diferença terão das utilizadas à muitas décadas:
-Pelo Direito ao Trabalho; - Trabalho com Direitos, mantêm-se inalteradas.

Duro e violento caminho. Até a palavra trabalho vem do latim, "tripalium": termo que designa um aparelho de três pés, outrora usado para ferrar e domar cavalos, para torturar escravos. Com esta designação maldita, as alterações resultaram de um processo longo e quase sempre violento ao longo de milénios, - desde o trabalho-maldição ao trabalho-soberano.

"O sol brilha. Já vimos isso. Mas não vimos nada sair das tuas mãos. Fizeste ao menos um molho? Não pares mais hoje para beber água antes de teres trabalhado, grita o capataz."

" Esmagai para vós! Esmagai para vós! Porque a palha é vosso alimento, embora o grão seja dos vossos donos. Não parem. Não está muito calor."
(Herodoto - quotidiano no antigo Egipto)

A mudança não pode parar. Por cá temos de afugentar os Sócrates e os Belmiros, temos de repudiar os Coutos e os Proenças, para que na competitividade não nos impeçam de matar a sede, para que do trabalho não nos sobre apenas palha.

A LUTA CONTINUA!

1 comentário:

Anónimo disse...

eSTE BRONCAS SE ANDOU NA UNIVERSIDADE NÃO FOI NAS DO SÓCRATES DE CERTEZA.