O Burgessismo

É a pandemia que alastra pelo entorpecimento das consciências, a quebra da reflexão, a estupidez de não civilizacionarmos o original instinto bárbaro, celta, com a matriz cristã que nos absorve pela hipocrisia católica.
É aquele que após três meses de uso do euro, num Domingo, correu a avisar os vendedores da praça, que os fiscais vinham aí; esquecendo os demais que passaram a pagar o dobro pelas nabiças, repôlhos,cenouras, pepinos e outros.
É a nova forma de bufar,bajular, chibar. É a apetência para a cunha, é o paleio radicalista desajeitado a empurrar os outros para o fosso. É o prazer fácil da gozação sempre na busca do gozo fácil.
Aí está para provar: - a quantidade de revistas Marias que são vendidas; a malta que em crecente se desloca a pé até Fátima; o recente congresso mundial da tauromaquia; as romarias cavalares; os reformados com 40 e poucos anos; os discursos concretos a deslizarem para o "humanismo"; o recurso ao astrólogo e ao bruxo; a diária consulta do horóscopo, o Soares e o Cavaco candidatos à Presidência mais a grosseira mania de limparem o cu com os dedos, esborratando com merda as portas dos WCs da comunidade.

Burgessos, desajeitados convencidos que é no salve-se quem puder, na competitividade, que o nobre povo vai atinar com o esplendor da Pátria. Bem podem continuar a berrar o último verso do hino, agressivo, grosseiro e sem sentido, que em vez de canhões, irão disparar as armas contra velas de "moinhos de vento".

O discurso humanista sustentado na trêta da cidadania, é a essência do burgessismo, balôfo sem alternativa.