Dias inquietos
em que a precoce nuvem
espalha seu clamor
suas turbulentas águas
anunciam o frio, as folhas caídas
e o cinzento dominante
que embala os sentidos
Naquele crepúsculo de Novembro
os odores e as cores de quem sabe,
as castanhas a assar, o azeite no lagar
trazem a memória quente de afectos
Naquela aldeia plácida
no Nordeste Transmontano
reencontrei-me, e ao teu olhar
lívido de paixão
Na férrea estação
despedimo-nos e
acertamos os ponteiros do relógio
As horas insones em que a lucidez
falava de mansinho
foram aturdidas
pelo manancial de cheiros
e sabores que nos abriram
as portas da percepção.
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