Trancrição do escrito enviado por Rosa Tavares, directora da editora ArreMacho, madrinha deste Blog.
Concentração, manifestação e passeio com partida dos Paços do Concelho. Boa ideia. Em causa está a classificação em Reserva Ecológica Nacional da Várzea da Moita, cujos proprietários de terrenos não aceitam. Segundo as opiniões mais divulgadas, a concretizar-se a inclusão daqueles terrenos na REN muita da actividade agricola e pecuária aí existentes desapareceriam.
Sendo assim, são justas as exigências dos mentores desta iniciativa, que em boa hora e no excelente propósito de alargar a discussão do PDM, deliberaram promover visitas pelo Concelho a locais que estiveram ou estão inseridos na REN, onde já existem aglomerados habitacionais ou planos de pormenor e projectos para espaços que aguardam ser excluídos daquela classificação.
Trata-se assim de reconhecer no local onde é que as opções e alterações verificadas ou a verificarem-se, servem o bem público, ou onde prevaleceu ou prevalece o negocismo imobiliário.
No âmbito do exercicio da cidadania, é uma brilhante decisão. Quebra o marasmo nacional promovido pelas elites politicas, como se os demais não sejam politicos e apenas ignorantes.
A bondade desta iniciativa encontra-se assim na hipótese de descortinar onde as alterações à REN efectuadas ou em discussão correspondem ao interesse público, se avaliaram e cuidaram preventivamente das questões ambientais, ou onde tudo foi ou é descuidado, prevalecendo interesses exclusivos contrários ao bem público em resultado de habilidades, influências e "cambalachos".
Entretanto, pela natureza do assunto em discussão, é legítimo que surjam dúvidas e até o receio de toda esta iniciativa resvalar na tentação de repetir recentes RuinsEncarnações, para em nome de erros, configurados em habilidades e cedências, vulgarizar-se a igualdade dos direitos dos proprietários na dimensão egoísta: -"se os outros se amanharam, porque é que ficamos de fora?.
Com convicção defendo o fim da bagunça que transformou o País num território desordenado, desintegrado, próximo da explosão. Desde a década de 60 tendo como pivot Xavier de Lima, este distrito desde o sopé da Arrábida tem vindo a ser desarborizado e impermeabilizado, são já muitos Kms quadrados quase sempre na balda de interesses exclusivos, generalizando-se desde então a ideia de que os proprietários de terra têm o direito a fazer dela o que querem. Por todo o lado, foi e vai sendo assim.
A exclusividade de interesses acima do bem público, somada à não estratégia de desenvolvimento pelo imediatismo mercantilista, levou-nos a ser hoje um estreito rectângulo excessivamente litoralizado, com concentrações urbanas desordenadas e populações desintegradas , sem correspondência com a actividade económica e produtiva (em redução), surgindo quase diáriamente sinais de explosão social, enquanto o abandono e a desertificação alastra no interior. Tudo isto num País com menos habitantes que as cidades de Londres ou Paris.
Esta iniciativa das pessoas da Várzea da Moita, pela coragem de colocar a sério em discussão pública o PDM e pela defesa do direito de continuar a trabalhar a terra, merecem que a solidariedade alastre.
Editora ArreMacho
Rosa Tavares
3 comentários:
Será que essa tal Rosa Tavares que o Broncas foi descobrir, acredita mesmo que o pessoal da Várzea só quer trabalhar a Terra?...deve de ser mesmo ingénua.
ohhhh ignorante td a gente na varzea da moita trabalha muito, sao agricultores , trabalham mais do que de sol a sol... experimente ter um pedaço de terra e cultive-o e veja se é facil...
É POR ISSO QUE QUEREM FUGIR DO TRABALHO. SONHAM COM UMA URBANIZAÇÃOZITA.
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