sábado, março 20, 2010

S/as eleições para a CT da Auto Europa

Hoje reparei que o Jornal Avante não publicou qualquer noticia, não faz qualquer referência sobre o acto eleitoral em que os trabalhadores daquela empresa elegeram a respectiva C T.
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Tal alheamento - ou tentativa de ofuscar aquele louvável acto em que os trabalhadores da Auto Europa por participação e opção maioritária, demonstraram ser um colectivo operário com maturidade - não é proporcional com o esforço militante presencial (à porta com merenda) até de ex-deputados e "sindicalistas" reformados, nas semanas que precederam aquele acto eleitoral.
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Este facto, a somar a outros disparates demasiadamente óbvios, coloca mal o Partido, que teceu com doloroso trabalho e muita luta, forjando com principios e prática unitária, a maior e mais activa organização social deste país, a CGTP-IN.
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Este é o caminho, da alternativa para nada.

2 comentários:

  1. Ninguém comenta. Perderam o pio?...

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  2. A respeito das eleições sugiro a leitura :

    António Damasceno Correia* Análise Social, vol. XXXV (156), 2000, 739-779
    A AutoEuropa: um modelo de produção
    pós-fordista


    Damasceno foi o Director de Recursos Humanos da Empresa.
    Gosto especialmente desta passagem:

    9.4. A RELAÇÃO COM A COMISSÃO DE TRABALHADORES
    A opção por uma relação privilegiada com a comissão de trabalhadores
    pressupôs que a escolha dos membros que integrariam esta futura estrutura
    representativa não fosse deixada ao acaso! Quando se começou a pressentir
    o desejo de constituição desta estrutura, provavelmente estimulada pelos
    membros ligados aos sindicatos da CGTP — muitos deles eram desconhecidos
    formalmente por não quererem revelar a sua identidade —, a empresa
    rapidamente «entrou em jogo». Contactou sigilosamente o director de cada
    uma das áreas para que este indicasse nomes de trabalhadores de «confiança
    » que pudessem integrar a futura estrutura.
    A escolha de um «líder» para esta comissão que inspirasse a capacidade
    de defesa dos interesses dos restantes colegas e que, simultaneamente, revelasse
    à empresa as informações necessárias foi ainda o aspecto mais difícil
    de ultrapassar. Tudo isto acabou por ser obtido através de um convite dirigido
    a um membro que mostrava enorme capacidade de persuasão dos colegas
    e que era permeável a uma forte influência. Foi com este dirigente da
    comissão de trabalhadores que a empresa estabeleceu uma entente cordiale
    que permitiu, na véspera dos grandes embates, conhecer antecipadamente,
    através de uma reunião sigilosa entre ele e o director de Recursos Humanos,
    quais os pontos que seriam objecto de análise na reunião do dia seguinte e
    a provável maneira de os ultrapassar.
    Nas eleições para a constituição desta comissão acabaram por aparecer
    duas listas: uma integrada e liderada por delegados sindicais afecta à CGTP
    (lista A) e outra constituída, preparada e devidamente suportada pela empresa
    em sessões de esclarecimento realizadas para o efeito (lista B). Esta segunda
    lista, inicialmente defendida pelo grupo de trabalhadores independentes
    de que já se falou — mas que não integravam a lista —, teve uma dupla
    missão: viabilizar não só uma estratégia de consenso, como anular a força
    veiculada pelos sindicatos. O risco que a empresa correu foi grande, mas a
    encenação, o planeamento e a capacidade persuasora e manipuladora de
    alguns gestores permitiram um enorme êxito.


    Palavras para quê!

    Broncas vê-lá se abres a pestana.

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